terça-feira, 4 de maio de 2010
Esperar...
Esperar é um verbo que as mulheres odeiam conjugar, mas que, na verdade, nem imaginam que o fazem constantemente; esperar que ele nos convide a sair, esperar que os homens voltem, esperar por um telefonema, uma mensagem, esperar pelo resultado de um teste de gravidez, esperar por um par de sapatos…
E estamos fartas de esperar, e sabemos que o Príncipe nunca vai chegar, mas contentamo-nos com bons momentos passados com meios Príncipes. Mas mesmo com esses, vamos sempre ficar à espera que ele se vire na cama, à nossa procura e nos puxe, e nos enrole e nos proteja o resto da noite, como se dissesse baixinho ao nosso ouvido “- Onde é que tens estado?” E vamos sempre esperar que, pelas suas atitudes, passe de meio inútil, a inútil. Melhor que isso já seria pedir demais…
Mas enquanto esperamos, por essa Lisboa fora, Vénus dorme enroscada em Marte e nós enroscadas numa nuvem de penas, a quem chamam almofada. De todas as cores, de todos os feitos, mas não se equiparam aos Príncipes.
E eu, parva e eterna sonhadora, à espera que digas qualquer coisa. Mais do que esperar que me telefones, espero, ansiosamente, que me digas, de uma vez por todas, o que sou, afinal de contas, na tua vida. Estou farta daqueles joguinhos de palavras que temos feito e das indirectas cada vez mais directas que te mando. Gosto dos passos que damos em frente, irrito-me com aqueles em que voltamos para trás… E sempre que me farto de esperar e decido seguir a minha vida, contigo ou sem ti, voltas a puxar-me para ti… e eu, como sempre, volto a ficar, por perto, à tua espera. E tu, que esperas de mim?!
E o pior de tudo, e que me deixa piursa, é eu saber que não precisas de esperar por mim para teres o que queres, mas que o fazes, ou pelo menos aparentas que o fazes, e isso deve-se a algum motivo. Motivo que quando ganho coragem de te enfrentar e tentar averiguar, desapareces... Oh maldito karma!
A culpa é toda tua, Michael Bublé, que vais entrando, com o teu ar de menino rebelde, e deixando as tuas músicas de quebrar o coração, com esse ar de eterno gentleman, de verdadeiro Príncipe.
E hoje decidi que chega de esperar pela doçura do teu toque quando durante a noite acordas e vens ter comigo ao outro lado da cama. Será que amanhã vais aparecer? Será que amanhã me explicas que espécie nova de affair é esta?!
Agora que tive oportunidade, não consegui falar. Mas que raio se está a passar comigo?! Nunca tive papas na língua e o teu olhar não me intimida.
E depois uma raiva incontrolável, não sei se a ti se a mim, apodera-se do meu corpo e só me apetece mandar-te interditar. Ao menos, é declarada oficiosamente, a tua incapacidade de reger a tua pessoa e bens. Quem sabe, com um pouco até de sorte, me entreguem a tua tutela. E aí já não precise de esperar mais…
Portanto hoje vou deixar de esperar que o teu lado da cama fique quente, vou deixar de esperar que toques à campainha, vou calçar os meus melhores sapatos, que nunca me deixaram ficar mal, vestir o que me proporcionar o melhor estado de espírito e vou sair. Estou farta de esperar… e já sei que, logo, quando eu não estiver, vais aparecer, mas já terá sido tarde demais… não me vou deixar envelhecer de tanto esperar!
Mimi
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