segunda-feira, 14 de junho de 2010

Inseguranças & Instabilidades

 Rachel Weisz

A insegurança provoca instabilidade ou a instabilidade provoca insegurança?
Tenho-me questionado sobre isto e não tenho chegado a nenhuma conclusão, ou pelo menos, nenhuma plausível.

A insegurança apodera-se de nós como uma serpente que nos envolve e cujo veneno nos toma por completo. Veneno que nos tolda a racionalidade. A insegurança ou a instabilidade, começo a achar que são sinónimos, não nos permitem vencer a serpente. Em vez de conseguirmos vencê-la ou afastá-la de nós, baixamos a guarda e é mesmo aí que ela aproveita para nos derrubar. A clareza de espírito torna-se difícil de voltar a encontrar e um aperto no peito instala-se sem intenções de nos abandonar. Tomamos atitudes irreflectidas ou que, no mínimo, não tomaríamos na plenitude das nossas faculdades. E depois, que fazer?

Eu classifico a insegurança realmente como um veneno, perigoso, que pode destruir tudo aquilo que queremos manter.
A força de vontade para o destruir, ou o antídoto, esse não é fácil de encontrar, mas eu acho que um pouco de compreensão e de pequenas coisas que nos aconcheguem ou nos levantem a auto-estima têm um papel preponderante.
Até a pessoa que parece mais segura tem as suas fragilidades, mesmo que escondidas e, um dia, elas acabam por se tornar demasiado fortes para que se possam esconder.

Eu só queria que fossemos detentores de um comando que pode apagar os momentos irreflectidos, em que dizemos coisas que não queremos ou em que somos mal interpretados por falta de racionalidade que nos permita exprimir exactamente o que sentimos, correndo o grave risco de irmos por caminhos que não queremos.
E só exprimo esse sentimento como a sensação de estar descalço, de olhos vendados, sobre uma corda bamba, em que qualquer passo em falso nos faz perder tudo o que deu trabalho e tempo a adquirir. Tudo isto por causa de uma serpente e do seu veneno que nos possui e nos envolve até quase nos cegar...

Mimi

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